sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Gigante do Pão de Açúcar

A excelente produção da última propaganda da Johnnie Walker é, mesmo pra que não conhece a história por trás dela, muito marcante. Pra mim, e outros muitos que já devem conhecer, é mais admirável ainda. Esta história, coincidentemente, ouvi mês atrás de uma guia turística em um passeio que fiz com minha namorada. Mal ela sabia que semanas depois sua história estaria tendo tanta repercussão.

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A Referência
A propaganda mostra o Pão de Açúcar, e em seguida um suposto terremoto, exibindo alguns cenários da cidade do Rio. Quando a população se dá conta e observa um gigante feito de rocha e terra levantando-se, e então partindo em caminhada em direção ao mar. E no fim, o famoso slogan, direcionado para nós brasileiros: "Keep walking, Brasil".

O Gigante Adormecido
O mito do gigante adormecido é graças a imagem do Rio de Janeiro visto do oceano Atlântico, onde a Pedra da Gávea é a cabeça do gigante, o Corcovado é o pênis do gigante, ou para os mais poéticos, é "o falo do gigante", justamente por ser onde encontramos o monumento que faz referência à Criação da vida(Cristo Redentor), e o Pão de Açúcar são os pés do gigante.


O trecho abaixo, o qual retirei da própria página da  Johnnie Walker Brazil no YouTube conta o restante do enredo:
"No início dos tempos, na parte sul das Américas, habitava um gigante. Um dos poucos que andavam sobre a Terra.
Gigante pela própria natureza, e sendo natureza ele próprio, era feito de rochas, terra e matas, que moldavam sua figura. Pássaros e bichos pousavam e viviam em seu corpo e rios corriam em suas veias. Era como um imenso pedaço de paisagem que andava e tinha vontade própria.
Caminhava com passadas vastas como vales e tinha a estatura de montanhas sobrepostas. Ao norte, em seu caminho, encontrava sol quente e brilhante nas quatro estações do ano. Ao sul, planaltos infindáveis. A oeste, planícies e terras cheias de diversidade. E a leste, quilômetros e quilômetros de praias onde o mar tocava a terra gentilmente, desde sempre. Havia também uma floresta como nenhuma outra no planeta. Tão grande, verde e viva que funcionava como o pulmão de todo o continente à sua volta.
Mesmo diante de tudo isso, um dia, enquanto caminhava, o gigante se inquietou.
Parou então à beira-mar e ali, entre as águas quentes do Atlântico e uma porção de terra que subia em morros, deitou-se. E, deitado nesse berço esplêndido, olhou para o céu azul acima se perguntando: “O que me faz gigante?”.
Em seguida, imaginando respostas, caiu em sono profundo.
Por eras, que para os gigantes são horas, ele dormiu. Seu corpo gigantesco estirado, o joelho dobrado formando um grande monte, uma rocha imensa denunciando seu torso titânico e a cabeça indizível, coberta de árvores e limo.
Dormiu até se tornar lenda no mundo. Uma lenda que dizia que o futuro pertencia ao gigante, mas que ele nunca acordaria e que o futuro seria para ele sempre isso: futuro.
No entanto, com o passar do tempo ficou claro que nem mesmo as lendas devem dizer “nunca”.
Depois de muito sonhar com a pergunta sobre si, o gigante finalmente despertou com a resposta.
Acordou, ergueu-se sobre a terra da qual era parte e ficou de frente para o horizonte.
Tirou então um dos pés do chão e, adentrando o mar, deu um primeiro passo.
Um passo decidido em direção ao mundo lá fora para encontrar seu destino.
Agora sabendo que o que o faz um gigante não é seu tamanho, mas o tamanho dos passos que dá."
Associação com a Fênix
Ainda há a associação com a figura de uma Fênix, ave que, segundo a mitologia grega, ao morrer, entrava em autocombustão e renascia de suas próprias cinzas, cuja forma semelhante que pode ser vista no Pão de Açúcar, quando observado da Marina da Glória:


A associação, é claro, é feita com o adormecer do gigante, e seu despertar, que traz dias de glórias e novos tempos para a humanidade.

A Propaganda
E agora, o principal. Saboreiem a primeira propaganda de Johnnie Walker com produção dedicada a um só país, que faz alusão ao papel que o Brasil passou a ter no cenário mundial e que trás um enredo o qual - diferentemente das "óbvias" e ultrapassadas propagandas de cerveja, com samba, praia e mulheres bonitas dançando - mostra a essência da nossa cultura, o trecho de nosso hino, "o Gigante pela própria Natureza; Deitado eternamente em Berço Esplêndido", e a reflexão de que, mesmo com um toque de ficção, podemos sim acreditar em dias melhores.