sábado, 19 de março de 2011

Analista de Processos ou Analista de Negócios?

No meio dessa obscuridade que é o mundo da análise de sistemas e da tecnologia em geral (pelo menos pra mim na data em que eu fiz esse post e pra massa), essa e outras perguntas são exemplos do que fazem com que nossa área ainda seja um pouco incompreendida pelos clientes.
E no meio de tantos títulos e cargos, aparecem estes 2 mencionados no título. E como entender, dentro desse contexto, esses termos tão genéricos, como "processo" e "negócio"?!

Negócio nada mais é que a atividade dentro empresa. Definição ainda muito genérica, pois não podemos dizer que o negócio da Pepsi é vender bebidas e ponto. Dentro da empresa, cada setor tem seus processos e rotinas, e cada um desses representam um negócio. Por exemplo, um dos negócios do RH da Pepsi é contratar profissionais capacitados e com o perfil que a empresa procura. Um dos negócios do setor de almoxarifado da TV Globo é controlar a saída de equipamentos de produção para estúdios e gravações externas. Ou seja, nesse ponto de vista, negócio é um objetivo alcançado por meio de processos.

E processos? Dentro de um processo temos basicamente:
- ATORES, que são os que participam do processo (ex.: vendedor, emissor de boletos, coordenador financeiro)
- PAPÉIS, que são assumidos por atores, dependendo da fase do processo (ex.: um emissor de boletos pode assumir o papel de "solicitante" quando pede uma autorização à um coordenador financeiro, mas pode assumir também o papel de "solucionador" ou "solicitado" (a nomenclatura é definida de acordo com a realidade do negócio, não tem regras) quando recebe uma solicitação do vendedor.
- AÇÕES, que são o que os atores executam (ex.: Abrir solicitação, Emitir boleto, Delegar tarefa, Aprovar solicitação, etc).
- STATUS, que significa o estado em que o processo se encontra (ex.: Aguardando emissão, Aguardando aprovação, Boleto emitido, Boleto cancelado, etc).
- ETAPAS, que são as atividades que compõem o processo (ex.: Reserva de produtos, Emissão de boleto, Aprovação de venda, etc).

Ou seja: Um ator assume um papel ao executar (ou executarem) uma ação dentro de uma etapa do processo, que faz com que o status referente a esse processo mude, até que o mesmo se conclua.
Um processo tem um caminho principal, mas não um único caminho. Se um coordenador financeiro não aprova uma venda, por exemplo, o processo direciona-se por outro caminho, e pode chegar a outro fim, diferente do fim principal que é o de "Entregar produto vendido", por exemplo.

Por fim, e chegando ao ponto, o analista de processos geralmente é um consultor, que não necessariamente é um profissional de TI. Mas podemos dizer que 90% deles trabalhará para o TI ou em conjunto com a TI., afinal o que gerencia ou otimiza processos são sistemas corporativos.
Sua função é mapear processos corporativos existentes e encontrar falhas nos mesmos para propor melhorias e consequentemente aumentar a produtividade dos setores envolvidos. Ou também criar um processo inexistente / formalizar um processo sem maturidade, onde um conjunto de tarefas é realizada de maneira sequencial dentro de uma empresa, só que de forma desorganizada.

"Desenhando": um processo de admissão de uma empresa e suas etapas (recrutamento, seleção, definição de salários, cargos e benefícios, contratação, e etc) pode ser organizado/otimizado dentro de uma sequência, onde cada setor do RH possui seu papel e suas ações possíveis dentro de suas respectivas responsabilidades, visando maior produtividade e confiabilidade. E o que vai garantir a integridade em cada uma das etapas desse processo é um sistema corporativo.

O analista de negócios também não é necessariamente um profissional de TI, mas que precisa estar atualizado e inteirado sobre as novas tecnologias. Seu papel é ter uma visão crítica tanto com a TI, quanto com o negócio (área cliente). E assim saber dosar as necessidades de negócio de uma empresa e influenciar nas decisões tomadas pelo TI.
Em um projeto de desenvolvimento de um sistema por exemplo, cabe ao analista de negócios entender qual a real necessidade da área cliente (informatizar processos, otimizar a gestão sobre atividades de um setor, ou coisas do tipo)  e tomar decisões em conjunto com a TI (áreas técnicas/especialistas em informática) sobre as melhores soluções para atender as necessidades do cliente, levando em consideração os delimitadores que existem no cenário de qualquer empresa, como custo e prazo de entrega.

Simplificando, o analista de negócios deixa o desenvolvedor do sistema focar nas tarefas e desafios técnicos, enquanto ele faz a interface com o cliente traduzindo de maneira clara as demandas para o desenvolvedor. Muitas empresas que não são de TI, deixaram de contratar profissionais técnicos (desenvolvedores e etc), para contratar analistas de negócios. Estes, por sua vez, representam a empresa e fazem a gestão/contratação de empresas terceiras para executar as atividades mais técnicas (como a análise de um processo, por exemplo) :-)

Alguma consideração? Alguma aresta? Deixe seu comentário!


* Este tópico foi postado em 19/03/2011 e editado e atualizado em 09/03/2012, com uma explicação mais clara e mais coerente sobre cada um dos cargos em discussão, que, inicialmente, não foram definidos e diferenciados entre si.

4 comentários:

  1. Muito bom, cara.
    Parabéns pelo post.

    Abs.

    ResponderExcluir
  2. blá, blá, blá...hahah, tô brincando! Parabéns pela iniciativa e pelo post. Muito bem escrito e explicadinho. Que orgulho!

    beijos!

    ResponderExcluir
  3. A propósito, adorei os tons terrosos do layout. Acho que no meio do confronto entre o natural e o tecnológico, você faz a sua parte mostrando que pode existir harmonia entre os dois... Viva a diversidade! Viajei, rs.

    ResponderExcluir
  4. ou seja... sou totalmente sem foco. huahauhauha

    ResponderExcluir

quero comentar!