sábado, 16 de julho de 2011

TI: A transformação de produto em serviço, computação em nuvem e o combate a pirataria.

Se o mercado de tecnologia ainda não é o mais poderoso do mundo, podemos pelo menos afirmar que está cada vez mais perto de ser. E se não é hoje o mais poderoso, podemos dizer que a grande responsável pela queda das receitas do setor desde sempre é a pirataria.

Para ilustrar, vamos supor que uma licença padrão de Windows saia - bem por baixo - em torno de R$ 300,00, e que uns 80% dos 70 milhões de computadores que o Brasil tem hoje, usam sistemas operacionais da Microsoft, e, desses, uns 20% são piratas (fui até gentil ao dizer só 20%, né?).
Teríamos aí... hum... 56 milhões de computadores com sistemas Microsoft, sendo 11 milhões provenientes da pirataria, que multiplicados por R$300, dariam um "leve" golpe de mais de 3 bilhões de reais na receita de um único produto; isso só no Brasil.

A pirataria é sem dúvida o maior calo das grandes empresas do mercado de software, que, ainda assim, têm pulmão suficiente pra estar entre as maiores do mundo. E  a possível solução (ou minimização) pra esse velho problema é a transformação de produtos de TI em serviços de TI.
O melhor exemplo para esse novo conceito é sem dúvidas o Cloud Computing, ou, em português, a Computação em Nuvem, que hoje se está em alta é graças a evolução da internet.
Quem tem o mínimo de convívio com informática já deve ter ouvido esse termo, que, ainda assim, é uma interrogação para muitos...

O conceito de “Nuvem”, explicando o mais informal possível, nada mais é que a venda de espaços em servidores de empresas de TI para armazenamento de dados e arquivos, onde clientes (grandes empresas ou usuários comuns, como eu, você e vizinha que salva músicas no pen drive) compram esses espaços pela internet, ao invés de ter que investir em servidores (computadores) locais; ou, no caso da vizinha, em pen drives.

Pode não parecer, mas o ganho com isso é imenso. Comprando esse tipo de serviço, as organizações transferem toda a responsabilidade (de backups, custos com mão-de-obra e produtos de TI) para estas empresas que vendem espaço na nuvem.
A imagem ao lado (da Wikipédia!), é simples e auto-explicativa. Os dados do cliente, ao invés de ficarem no próprio computador ou em pen drivers, ou seja lá o que for, ficam na nuvem, centralizados num único local: a internet. O que ainda traz a vantagem de a informação poder ser acessada de qualquer lugar do mundo apenas por meio de login e senha.

Apesar de ser uma prática nitidamente vantajosa, a computação em nuvem ainda é muito questionada pelas grandes organizações, que têm um pé atrás quanto às políticas de segurança da informação e a disponibilização de dados sigilosos em um computador “fora de casa”, em algum lugar do mundo e manipulado por um desconhecido.

Resumindo o exemplo, o cliente deixa de investir em servidores e discos para gravação de dados, e passa a investir simplesmente numa conta de internet onde é possível acessar dados de qualquer lugar do mundo, pagando apenas pelo espaço utilizado.

E aí você me pergunta: aonde entra a questão do combate a pirataria nessa história?

Pois é justamente na nuvem que os gigantes do mercado de software começam a praticar o SaaS (software as a service), ou seja, programas (como Word e Excel) não são mais vendidos como produtos, que você vai a uma loja e pede um CD do Office. Nesse novo cenário, você contrata pela internet o serviço do Word e Excel (no caso o novo Office 365, que veio para fazer frente ao Google Docs) e tem durante determinado período acesso as aplicações Word, Excel, ou seja lá qual for a de interesse do contratante. Os arquivos, planilhas e etc, também podem ser salvos na nuvem e ser acessados de qualquer lugar, até mesmo por um celular.
Essa nova estratégia comercial, além de dificultar a pirataria, torna o acesso aos softwares mais restrito e por tempo limitado, fidelizando e trazendo o cliente pra mais perto do fornecedor.

Um último exemplo que não poderia deixar de mencionar é o que faz a Autodesk, fabricante do AutoCAD e seus derivados. Além de vender o produto AutoCAD - do qual algumas versões saem por mais de R$ 5000,00 - ela incentiva o cliente a contratar o seu serviço de Subscription, que nada mais é o direito de receber suporte e atualizações durante um ano, ou seja, você paga R$ 3000,00 por uma licença mas no final das contas acaba precisando do Subscription para ter suporte e conseguir acompanhar os lançamentos e adequações às mudanças tecnológicas.

Concluindo, no final das contas, não évendido um produto, que vai num CD ou DVD e passa a ficar sob total responsabilidade do cliente. É vendido um serviço, temporário, de contrato renovável - e digamos que até reajustável - onde todo o controle passa a ser do fornecedor, facilitando auditorias em grandes organizações e até mesmo com a vizinha que tem um Office pirata.

Só para finalizar, compartilho uma imagem que encontrei sobre pirataria. Afinal falamos de combate à tal prática, que talvez não necessariamente deva ser combatida, mas sim aceita como uma nova postura do mundo moderno....


E você, o que acha da pirataria? Comente!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

quero comentar!