sexta-feira, 1 de junho de 2012

A distância entre o Samba e o Pagode

Não, não vou falar de aspectos técnicos, como fazem os especialistas – ou metidos a especialistas – da música, e dizer que em um tem esse som e no outro tem aquele instrumento. E que nesse o tom de voz é assim e que naquele outro o ritmo é diferente. O que vou falar é do resultado, da consequência, do impacto, do significado(!) que cada um tem pra mim - e pra mais alguns.

A diferença entre o pagode e o samba é simples de se notar. Tá no olhar de quem ouve.

O pagode é chorado, sentido, e nos seus shows as moças levantam as mãos para o alto e começam a cantar, pensando em alguma pessoa de algum lugar do planeta, enquanto as lágrimas começam a rolar.
O samba é a alegria, é extravasado, e nos seus shows o sorriso é mandatório e contagiante. As moças dançam mais rápido, mais contentes e suas letras falam das coisas boas e dos fatos engraçados da vida! Ou nem me arrisco a comparar letras. O samba também pode falar de amor, de emoção, mas sua ginga é empolgante, é alegre, é irônica, sem desabafo, sem queixa, sem dor! O surdo ecoa mais rápido, seja nas torcidas organizadas, nas feijoadas de escolas de samba, seja nos sambódromos, nos shows da Beth Carvalho ou do Zeca - ironicamente - Pagodinho. E assim como o Botafogo deles, o samba não é moda. O samba é cultura. É tradição. Não precisa ser o mais pedido ou o mais popular.

Lugar de Samba
Pedra do Sal - Fonte: Rio com Ela - www.riocomela.com.br

Tá. Não sou nenhum sambista e muito menos um conhecedor da música brasileira. Mas já dizia Dorival Caymmi: Quem não gosta de samba bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé.


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